#Ouviracidade

 

Ouvir a cidade é ativar sensibilidades: mapear cada sonoridade, um tanto de memória, a rede de histórias tecidas em arranjos harmonicamente embalados. Ouvir a cidade é prestar atenção na vida das palavras: a exposição nua do coração e alma do compositor, feita traços. Escutar é verbo; ouvir é substantivar.

 

Desde a concepção dessa revista, compreendemos o quanto sua gestação seria rica, transformadora e, sobretudo, enovelada por desafios. Como pais afetuosos acompanhando o desenvolvimento da criança, ainda protegida na barriga da mãe, brindamos cada etapa do crescer, e não raro, submetemos à prova nossas crenças mais confortáveis.

 

Nascida, agora, a revista já pleiteia a adolescência. Quer ir além da universidade, seu nascedouro seguro. Extrapola até o jornalismo, flerta com a literatura e assume as subjetividades.  “Vá com calma, criança!”, como pais cuidadosos que somos.

 

Administrar tantas asas, mirando um céu de brigadeiro, é coisa de gente grande. Por isso, cada aluno envolvido nesse projeto, tornou-se gigante de sonhos. Andar com as próprias pernas já não bastava; o horizonte, perdia-se de vista. Ao longo do caminho, muita gente topou seguir junto. Se não tivéssemos tantas asas, o voo seria raso, talvez curto, talvez verbo, não substantivo.

 

Ouvir a cidade é a tarefa sinestésica dessa publicação, é o tal do sonho coletivo, que não envelhece, para onde voamos e onde conseguimos pousar com segurança. E isso nada tem a ver com perfeição. Tem a ver com atitude.

 

Bom som!

Lara Linhalis

Editora-chefe