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Dudu Lima Trio em uma tarde de domingo

  • Karoline Discaciati
  • 10 de set. de 2015
  • 2 min de leitura

Foto: Lara Linhalis


Era tarde de domingo, e a vida presenteou os juiz-foranos com um belo dia ensolarado em pleno inverno. Para quem frequentava a praça Armando Toschi, no Jardim Glória, o presente era ainda mais especial, pois o que seria apenas um domingo de sol ganhava mais alegria ao som de Dudu Lima Trio, na 3ª edição da Sessão Instrumental. Dudu no contrabaixo, Leandro Scio na bateria, e Ricardo Itaborahy no teclado, ofereceram um lindo show a pessoas “ávidas por música de qualidade”, como bem dissera uma moça que sentara ao meu lado. Ainda contaram com a participação dos guitarristas Alexandre Scio e Salim, e do saxofonista Caetano Brasil.

Tudo no evento era bastante democrático. Dudu Lima Trio passou pelo baião, visitou o clube da esquina e navegou nas ondas do rock. O bumbo da bateria batia forte marcando o compasso, o som do contrabaixo nada tinha de coadjuvante; soava alto e imponente. O teclado dava harmonia aos sons que se encontravam. E os sopros no sax deixavam tudo mais envolvente. E tudo sempre acompanhado de belos riffs de guitarra, que serpenteavam praça a fora.

Dudu Lima Trio foi trilha sonora de encontros. De amigos; de casais; de crianças; de famílias. Da cerveja com o algodão-doce. De uma moça que parecia ter saído de um desenho animado, com um senhor trajando roupas tradicionais. Dos olhos, que ao embalo dos instrumentos, brilhavam dançantes e se miravam certeiros.

Muitos registravam o momento em seus smartphones. Outros registravam os acordes pulsando nos ouvidos. A praça charmosa dançava com o som envolvente; com a energia que ali pairava; com o barulho de gente.

Engana-se quem pensa que a ausência da voz nas músicas deixava um ar de monotonia. Os instrumentos vibravam tanto, que tinham sua própria voz, e isso por si só bastava. E foi uma tarde toda descontraída, leve, musical. Poderia ter sido um dia inteiro. Ou dois. A música era tão contagiante que mal se via o tempo passar. Mas o som teve que cessar. Só então me dei conta que meu coração pulsava no mesmo ritmo da música, que agora que silenciara. Levantei-me e fui embora da praça. A música tocando na cabeça e batendo dentro do peito.

 
 
 

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