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A história por trás dos acordes

Foto por: Luísa Moreira

Você já deve ter escutado por aí, lá quando os Beatles ainda não eram o fabfour, os meninos percorriam cidades, estradas e aventuras para descobrir novos sons. E, aqui, não estou falando de uma música especial, gravada em fita, que alguém tinha achado numa gaveta perdida. As coisas eram diferentes, meu caro – não que eu tenha alguma propriedade para falar sobre isso, veja bem. A notícia chegava: “o primo de uma amiga da irmã descobriu um acorde novo, lá naquela cidade perto do sítio da minha tia”. Assim, os jovens moleques seguiam rumo para descobrir o que aquilo significava.

Então, se a gente parar para pensar, pode ser que ‘Michelle’ não seja apenas sobre Michelle. ‘Love Me Do’ não é, necessariamente, sobre amor. E ‘From Me to You’ não seja sobre cartas apaixonadas, mas sim sobre caminhos, estradas, chegadas e descobertas. A combinação de notas era novidade e, dessa maneira, carregava um bocado de histórias. Uma simples posição de dedos significava uma infinidade de sentimentos: o despertar das sonoridades, a descoberta do processo de criação e, é claro, de recriar. Ali, cada aprendizado significava um começo, um "acorde", sobre a vida e a música - se é que isso possa ser dissociado. Como não nos encantar pelas milhares de histórias que uma palavra, ou um som, guardam? As diferentes percepções de quem emite e de quem recebe. As invenções e reinvenções. É bonito ver que somos tão singulares e plurais e, por isso, possamos ser tantos de nós dentro da gente e do outro. Estamos cercados de despertares. Pode ser que esse texto não seja apenas sobre esse texto, entende?

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