Frickets: Da garagem ao indie rock
- Isabella Gonçalves
- 17 de set. de 2015
- 3 min de leitura

Foto: Divulgação
Essa veio da infância. Desde novos, Marco e Rodrigo ensaiavam juntos, meio que por brincadeira e seriedade. Diante de gêneros diversos, queriam era fazer música. Mas deslancharam mesmo com o indie rock. Quando descobriram o estilo, sabiam que seria aquele. E entre ensaios e sonhos, a Frickets surgiu. Rodrigo na guitarra e vocal; Marco na guitarra; Renatim no baixo e Lucas na bateria. A banda estava formada e pronta para o que desse e viesse.
“Hoje em dia, você vê bandas de cantores renomadíssimos que utilizam excessivamente programas que alteram a voz. Eu acho que o que tá matando a música hoje em dia é a automação, essa coisa de colocar muita tecnologia em algo que é orgânico por si só”, introduziu Rodrigo. Em um café da cidade, a entrevista começava. Mas antes de ser jornalística, tratava-se de um bate papo sobre a música atual com aqueles que gostavam mesmo era de um bom som.
E depois disso, sem que eu perguntasse, já começaram a falar sobre o mercado. Nesse início, foram de tudo. Cientes da necessidade do músico de se promover, se inseriram na rede social, aprenderam a gravar em home studio, além de prepararem seus próprios contratos de shows. Sabiam que, na realidade atual, o músico não é apenas músico, mas acumula uma série de outras funções.
Com apenas um ano, a Frickets já conseguiu tocar em festivais, lançar um clipe e compor nove autorais. Mas o processo de gravação e lançamento é lento. Preferiam gravar aos poucos, começando por aquelas que traduziam o sentimento do momento, como aconteceu com a The Outsider.
Mesmo tão jovens, os músicos já entendiam muito bem o que o público queria e, na visão deles, era preciso saber conquistá-lo. Então, gravando eles mesmos artesanalmente os CDs, distribuíam singles em shows para tornar a banda conhecida. Ao mesmo tempo, se dividiam entre covers e autorais variadas, de forma que as pessoas se identificassem aos poucos com as músicas compostas pela banda. Sobre a dificuldade de inserir a música autoral nas casas noturnas, Marco pontuou:
“Você tem que manejar a situação. Ninguém quer ouvir um show de 8 músicas, com 5 autorais de imediato. A música tem que ser inserida em uma hora determinada. Você não pode começar um show com autoral, primeiro tem que mandar bem numa sequência de músicas conhecidas e depois soltar a sua própria. É preciso, antes de tudo, conquistar o público.”
Para eles, a realidade de Juiz de Fora preocupa. Falta união da própria classe de músicos para reverter a desvalorização dos profissionais. O resultado acaba sendo negativo para as bandas, uma vez que o pagamento se torna injusto em relação ao o nível de dedicação.
“Se você faz o que gosta, eles acham que tem que fazer de graça. Nós, como banda, temos que nos valorizar. O mercado só está desse jeito, porque as bandas deixaram. Muita gente se vende. Se o cara fala para tocar por um cachorro quente, o cara toca pelo cachorro quente.”, comentou Rodrigo.
O que a banda almeja é ir além de Juiz de Fora, conquistando as cidades vizinhas e principais capitais. O novo single já está em processo de gravação e será lançado, se tudo der certo, no próximo show, que acontecerá no Gangster Pub no dia 28 de Novembro.
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