Domingo, sofá e jardim

Foto: Divulgação

Sabe quando dizem que algo é “a sua cara”? Assim fui apresentada ao ZERO, EP de estreia do juizforano Filipe Alvim, lançado em 2013. Na primeira nota, no primeiro balanço, fui arrebatada pela melodia leve e alegre, complementada pela sutileza no discurso das canções. Ouvi tudo, ouvi de novo e de novo. Fiz dele meu tema de hoje.

Com claras influências dos anos 90, ZERO traz 5 canções, abrindo com Jardim do Amor, de melodia e letra mansa, levada suingada, daquelas que dá vontade de se apaixonar. Te convida a balançar, tomar um sorvete na praça e andar de mãos dadas. E quando você entra na onda, a canção termina antes dos dois minutos, te deixando com gostinho de quero mais. Domingo (a queridinha), indicada como um dos melhores clipes independentes de 2013 pelo Canal Brasil, vem ainda na mesma levada dançante, com um clima mais intimista, ressaqueado. Te envolve com o refrão “Ela tá louca para dançar”, deixando quem ouve exatamente assim.

Como nem tudo são flores, em meio a uma tempestade, Passageiro nos apresenta uma visão mais pessimista. Num compasso ritmado e quase melancólico, Filipe assume a posição de navegante e nos leva a descobrir uma canção sutil e reflexiva, com versos como “num segundo tudo muda, no meio do jantar.” Ainda nessa levada melancólica, Meu sofá nos transporta para tardes amargas e tediosas, ilustradas em uma letra simples e honesta; “eu abro a geladeira, pego uma cerveja, ando até a sala e ligo a TV.”

Finalizando, A Divisão vem com a guitarra mais presente e um paradoxo de conceitos, parece que nos oferecendo os dois lados da moeda e nos dizendo que sempre temos uma escolha. Menos a de fazer a canção durar mais, pois ela também acaba antes dos dois minutos, nos forçando a dar o play no EP novamente.

Bom, aproveitando que hoje é “Domingo, acorde, domingo, levante” ...e dance.

Zero – Filipe Alvim

Ano: 2013

Selo: Pug Records

Produção: Braulio Jorge

#Faixas: 5

Duração: 11 min

#TiffanyGonçalves #Crítica #FilipeAlvim