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JF de cara... com os novos!

  • Hyrlla Tomé
  • 3 de out. de 2015
  • 3 min de leitura

Foto: Pedro Henrique Rezende

No dia 27 de setembro, às 18h de um domingo que prometia um eclipse lunar e lua de sangue, o Cultural Bar estava em clima de festa de família, com a promessa de um show também celestial. A reunião era justificada pelo nascimento de mais um filho para a música juiz-forana: com o projeto aprovado pela Lei Murilo Mendes em 2012, o trio Lúdica Música! lançava o disco coletivo com novos nomes da música local, chamado “JF de Cara com os Novos”.

Merece estar de cara, mesmo, viu?

A pista tomada de mesas. Pessoas se encontram, se abraçam e compartilham suas expectativas para o show que já vem. O palco se ilumina: o show começa com a canção “Mundo Ludo”, do Lúdica, que já anuncia que “pode tudo aqui no mundo ludo”. Ao final da canção, Rosana Brito declara ao público que aquele show é mais que uma comemoração, é um “manifesto lúdico contra a superficialidade musical”.

Mas o que é o “JF de Cara com os Novos?”

Isabella Ladeira, vocalista do Lúdica, percebeu uma geração de faixa etária aproximada que vibrava numa sintonia parecida. Conheceu “os meninos” na oficina ministrada pela banda, em shows ou até mesmo em casa, pelos amigos da Juju Brito, filha de Rosana. “A gente percebeu que eles não tinham ainda bagagem pra fazer um disco inteiro próprio mas que já tinham composições que mereciam ficar registradas, por terem um trabalho bastante maduro”, conta. Então convidaram Alessandra Crispin, Dois na Roda (Juliana Britto e João Pedro Oliveira), Mariada (Clarissa Reoli, Luiza Bartels, Juliana Britto e João Pedro Oliveira), Mirian Rosa, Natália Vargas e Primata (Priscila Rocha, Tallia Sobral e Rick Vargas) para compor o CD de 12 faixas, quase todas autorais, com exceção de “Uma flor”, de autoria do juiz-forano Cezinha Oliveira, “Começaria tudo outra vez nº 2″, de Rosana, e “Ninho, de Tony e Adson Luiz Vargas, tios de Natália Vargas.

Foto: Pedro Henrique Rezende

“De repente, a vida deu uma guinada pra todos ao mesmo tempo: foi Lelê pro The Voice, Ju e João Pedro pra Belo Horizonte trabalhar, a Luiza pra Alemanha, Clarissa arrumou um emprego em Petrópolis, a Natália e o Rick passaram no vestibular, foram pra São João Del-Rei… Aí a gente ficou administrando isso, gravando aos pouquinhos no nosso estúdio, que a gente tem chamado Ludomóvel”, é o que diz Isabella para explicar o processo demorado de gravação. “É o que acontece quando se tem menos de 30: tudo é possível”, ela disse durante o show.

De volta ao Cultural, Alessandra Crispim abre os trabalhos com “Raízes”. Ela explica que o projeto foi aprovado numa época em que ela ainda determinava qual caminho musical gostaria de seguir, por isso tocou mais MPB e blues.

O clima era de reencontro. Algumas bandas já estão extintas, é o exemplo da banda Mariada. “Se não fosse esse projeto, as minhas músicas não chegariam ao público... pelo menos pra mim é uma coisa muito autoral, muito minha, do meu quarto”.

Foto: Pedro Henrique Rezende

Havia uma competição nos bastidores para ver quem iria chorar primeiro, mas poucos foram os que não choraram e, da platéia, a gente se emocionava junto. Com o baião das meninas da Primata, com a delicadeza (e a força!) de Natália Vargas e o charme de Mirian Rosa, ressaltando a emoção de interpretar canções de pessoas próximas, “Eterna pra você", de Alessandra Crispin e “Começaria tudo outra vez nº2”, de Rosana.

“É bom lembrar da nossa história e refletir nessa canção”, entoa a voz de Juliana Britto na canção “Viver, viver”, da dupla Dois Na Roda. É como disse Isabella Ladeira, no comecinho do show: “A história da nossa vida se junta à música - é sempre uma coisa só”. Esse álbum é um recorte de um período na vida desses artistas que, ativamente atuantes na música ou não, deram um presente para Juiz de Fora e ainda têm muito que nos transmitir em canções.

 
 
 

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