Seu Nadir na Praça: Festa das Nações
- Karoline Discaciati
- 9 de out. de 2015
- 2 min de leitura

Foto: Igor Pires
Os dias 01 a 04 de outubro foram marcados pelo retorno a Festa das Nações, antiga tradição de Juiz de Fora. No dia 03, sábado, quem passou por lá por volta das 17h se deparou com o som da galera do Seu Nadir. E como se houvesse um ímã em volta do palco, muitos que estavam apenas passando pelo local acabavam sendo atraídos pela energia que emanava dos quatro jovens no palco.
Uma menininha com seus dois anos não parava de rodopiar ao embalo das canções. A mãe da pequena até que insistiu pra levá-la pra outro lugar, mas quando menos se esperava a garotinha retornava aos seus rodopios tortos e desengonçados bem na frente do palco. Também fora atraída pelo ímã imaginário.
Seu Nadir tocou Raul, Jorge Ben e Caetano, mas o repertório foi composto em sua maioria por canções autorais, presentes no disco “Sujeito ao tempo”. Se de início a banda foi de “Inferno astral”, logo o público ficou de frente “A cores”, nada de “Palavras vazias”; foi feito viagem de “Disco voador” num mundo de poesia.
Uma mulher se destacava pela animação, pelo sorriso no rosto, e por conhecer todas as canções autorais que a banda tocava. Aproximei-me para uma conversa despretensiosa, e descobri que a mulher na verdade é Valéria Guimarães, mãe de Nathália, a baixista do Seu Nadir. “Eu acho ótimo, porque normalmente minha mãe vai em todos os shows (...) e é legal, porque ela trazum monte de amigos sabe? (...) A gente sabe que um show nosso nunca vai ter menos de cinco pessoas, porque cinco pessoas são da minha família”, contou a baixista que se considera privilegiada pelo apoio que recebe da mãe.
Para Reinaldo Kreppke, vocalista da banda, esse tipo de evento, num espaço democrático e de acesso gratuito, ajuda na divulgação das canções autorais, porque amplia o número de pessoas com acesso ao trabalho da banda. Mas há muito o que se melhorar: “Pra criar um público, pras pessoas virem pra praça, tem que existir um espaço nesse sentido. A praça tá aqui, aí tem esse evento. Só o ano que vem que vai ter esse evento de novo. Pra que as pessoas ocupem a praça é preciso que se crie uma cultura”.
A verdade é que a galera do Seu Nadir ocupou e muito bem o local, com direito a surpresa no final do show. A convite da banda, a amiga dos garotos, Deborah Lisboa, fez uma super apresentação com bambolês. O público todo se encantou, tinha gosto de infância! Durante alguns instantes, a garota que rodopiava em meio a três bambolês era a criança interior de cada um ali presente. A música ao fundo era “Minha menina”, mas a moça do bambolê foi a menina dos olhos. E Seu Nadir foi encanto para os ouvidos.
Comments