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Quem acorda cedo dá a primeira corda

  • Pedro Henrique (Oldi)
  • 3 de nov. de 2015
  • 2 min de leitura

Foto: Pedro Henrique Rezende


É desesperador acordar cedo e dar corda num despertador. Mais um dia na agenda de um artista que, como vários outros, trabalha.

Em poucas palavras, esse texto é uma ode a todas pessoas envolvidas com qualquer seguimento artístico e que, pra sobrevivência, alimentam sonhos corporativos por todo o planeta.

É treta deixar a caneta, botar camiseta e, engomado, seguir andarilho pro mesmo rumo rotineiro. Esses horários me incomodam de tal forma, que a madrugada inspiradora se torna uma via sacra do cansaço. A mente parece também operar em horário comercial e, aos finais de semana, abre somente meio turno. Tempo escasso o suficiente para contemplar sonhos e projetos engavetados como seus cheques sem fundos.

A garantia é tentar respirar no transitório tempo que resta entre abrir os olhos e fechá-los novamente. E lá vai o artista trabalhador catando cavaco em pedra portuguesa. O desapercebido acabou por lembrar que é talentoso. Mas poucos sabem.

E quão talentoso poderia ser? Quantos poderiam ser os shows produzidos? Um vislumbre de um público pulando sem pausa, além dos amigos reunidos como em tempos colegiais. Sua breve pausa é de encher olhos de água – pausa pra água.

Percebe ali, que não existe medidor pra metrificar sua vontade e esperança de resgatar seus sonhos escondidos, de manter a chama do talento acesa. A cultura também é vida que vibra.

O combustível do artista é a satisfação de fazer seu dom interior pular pra fora, parto normal sem cesariana. Sua vida dupla de agente quase secreto permeia entre vida e sonho: o primeiro requer pé no chão e o segundo exige a habilidade de ser a si mesmo.

Nessa corda bamba, ele vive. Como um equilibrista, mantém seus dois extremos em comunhão. Aceitar a rotação terrestre nunca quis dizer que sua mente não pode flutuar em eixos dissonantes

 
 
 

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