Primeiro dia do Festival Sem Paredes
- Karoline Discaciati
- 15 de nov. de 2015
- 3 min de leitura
Quando a praça se torna casa, o teto é o céu. Qualquer um pode entrar, a porta está aberta para todos. As pessoas foram chegando, a arte foi transitando. No sábado, 14 de novembro, o Festival Sem Paredes ocupou a Praça Antônio Carlos, que ocupou vários corações. E tinha manifestação artística pra todos os gostos; teve dança, mostra de gif, oficina de mandala e origami, exposição fotográfica e muita música autoral independente. É claro que a Avenida não ia ficar de fora dessa!
As apresentações musicais aconteceram na última parte do primeiro dia de evento. O primeiro a se apresentar foi Mario Broder, um vizinho ali do Rio de Janeiro que resolveu dar uma chegadinha na nossa praça-casa, trazendo todo o gingado do seu samba. O carioca nem é mais visita, Juiz de Fora já se tornou lugar recorrente de suas apresentações. Para Mario, o Festival tem tudo a ver com a proposta de sua música: “Uma das coisas que me fez aceitar o convite foi a ideia do festival, de poder desmistificar toda essa história de que todo mundo tem que tá separado. Aqui tá todo mundo junto, É um festival de rua.”

Foto: Pedro Henrique Rezende
Logo em seguida, a banda Soul Rueiro subiu ao palco, junto com Marte MC e contando ainda com a participação de RT Mallone. O som contagiou a galera do início ao fim do show, as músicas já eram conhecidas por muitos que estavam na plateia, o que chega a ser surpreendente por ser uma banda com apenas 2 anos de formação. “No dia que eu cheguei em Juiz de Fora e vi a PAC, nesse dia eu falei ‘eu quero tocar nesse palco’, e hoje a gente tocou nele”, contou Hugo de Castro, o vocalista da Soul Rueiro. E completou: “tivemos a felicidade de ser selecionados entre, sei lá, trezentas e tantas bandas. Só agradecer mesmo por tocar num festival que não tem paredes, só cultura democrática.” Para Marte MC, que subiu ao palco junto com os meninos da Soul Rueiro, ver a galera abraçar a cultura alternativa e independente é muito incrível.

Foto: Pedro Henrique Rezende
Depois da mistura de reggae com rock e hip hop que a Soul Rueiro levou pra praça, foi a vez da banda Coroña. Com um rock mais pesado, letras de cunho social, e muita energia durante a apresentação, o som agradou quem assistia ao show. “Eu confesso que tive até um pouco de receio quando cheguei e vi essa praça cheia, é a primeira vez que a gente toca pra um público assim. Uma experiência muito maneira, a gente produz música pra atingir as pessoas, e essa ideia sem paredes e de graça, é isso que a gente quer” contou o vocalista da Coroña, Jordan Pereira. O baixista Ramon Ruffos ainda ressaltou como o festival é importante pra apresentar a banda a um novo público: “Esse show foi realmente uma oportunidade única pra gente, eu vi muita gente que eu nunca vi nos shows curtindo a música, pulando, cantando os refrãos, então muito emocionante mesmo”.

Foto: Pedro Henrique Rezende
Isso mostra que o Festival Sem Paredes, além de ser um ponto de encontro de vários tipos de arte, ainda proporciona aos artistas que se apresentam a oportunidade de mostrar seu trabalho para novos públicos. O show de encerramento foi o da galera da Preto Massa, que veio diretamente de Belo Horizonte espalhar boa música em Juiz de Fora. Nana Rebelatto, uma das organizadoras do evento, falou um pouco sobre o resultado do primeiro dia do Sem Paredes. “Pra gente, é muito estimulante ver o tanto de gente que se junta pra fazer um grande festival, uma grande mostra de artes independentes, integradas, em conjunto. É música que conversa com o audiovisual, que conversa com a troca de conhecimento em oficinas, com dança. Tá sendo muito bom.”
Teve gente que passou pelo festival pela primeira vez. O estudante Lucas Esteves é uma dessas pessoas, e contou pra gente o que achou da proposta do Sem Paredes: “Esse evento traz um pouco de cada coisa da cultura. Teve hip hop, rock, então você traz diversas coisas pra um ambiente lotado de pessoas. É um modo de você espalhar cultura na cidade.” Carlos Miné, estudante, ficou surpreso com a qualidade do evento e com os artistas que passaram pelo palco, e disse ainda: “Eu acho que tinha que acontecer mais, a gente consegue aproveitar muito, sabe? A gente consegue se sentir parte do evento, é muito legal.”
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