Hoje eu só aplaudo
- Túlio Mattos
- 22 de nov. de 2015
- 1 min de leitura

Foto: Pedro Henrique Rezende
Era para cair no final de semana, mas não podia ser feriado. Era para ter show, festa e gincana, mas, para eles, seria só mais um dia de mercado (porque de feira é muito pouco).
E são poucos! Poucos é o número suficiente para mover multidões. São filhos de Pitágoras, transformadores de hipotenusa em musa, filósofos em forma de letras e batidas.
Batidas tortas que seguem o passado descompassado. Batidas perfeitas de quem tem o tempo nas pontas dos dedos e nas solas dos pés.
A simetria do Dois Dois Um Um (ou 22/11) ((ou hoje)), não foi coisa aleatória; nunca é. É pensado, calculado, e, ao mesmo tempo, tão natural quanto várias escalas.
São intérpretes da vida e, por isso, conhecem como ninguém o lado B das palavras. A escala não é geográfica, grave não é desesperador, Dó não é sinônimo de pena e Lá é aqui, é só engatar a Ré. Si não é dúvida, ponte é sem rio, corda é um objeto libertador e o sol continua gigante se você souber como usá-lo.
Com pulmões de aço, cordas de nylon e profissão tirada de ouvido.
Com garganta de ouro, flauta de prata e metais variados.
Não são nota dez. São todas as notas, bemol e sustenido.
A Avenida abre alas para agradecer aos que usam todos os tons para colorir nossos fardos e fados.
Muito obrigado por existirem, músicos e musicistas.
O mundo sem vocês estaria num estado gravíssimo, desses graves que nem dá pra escutar.
Feliz dia do músico e, por favor, não parem na pista. É muito cedo pra eu me acostumar.
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