Circuito Regional: Vai ter Autoral, sim!
- Karoline Discaciati
- 8 de dez. de 2015
- 3 min de leitura
Fotos: Bernardo Traad
E se houvesse um espaço em que as bandas de Juiz de Fora pudessem só tocar seu som autoral? Já pensou que maneiro? Pois é isso que está rolando lá no Galpão, durante todos os domingos de dezembro pelo menos. É o Circuito Regional Autoral! O primeiro dia de apresentações foi nesse domingo, 06 de dezembro, e, se você perdeu, chega mais para conferir o que rolou!

Subefeito
Logo no início, o palco foi assumido pela galera da Subefeito e seu punk rock. Com três álbuns gravados, a banda espalha seu som pesado pela cidade desde 2003, com alguns hiatos nesse tempo. Seu mais recente disco, Dizer o que tem que ser dito, vem sendo trabalhado nos últimos shows e mistura composições do início dos anos 2000 com outras mais atuais. “Eventos como esse ajudam a fomentar a arte e incentivam novos artistas a continuar produzindo. E ainda ajudam a divulgar um trabalho que é de muita qualidade”, opinou o vocalista Davi Ferreira. Para quem já curtia o som dos meninos, ou ouviu pela primeira vez e gostou, vem novidade por aí. “A gente está finalizando um clipe da música “Reptilianos”. O clipe é em animação 3D e deve ficar pronto em janeiro”, contou Davi.

The Black Bullets
Quem assumiu o comando logo em seguida foi a The Black Bullets, diretamente de Valença/RJ para o mundo (autoral e independente de Juiz de Fora), trazendo para o Galpão um rock mais clássico. “Eu vejo o cenário de Juiz de Fora muito movimentado para isso: eu vejo as bandas se movimentando e o público muito unido para ver a música autoral. Infelizmente, na nossa região, a gente vê o cover muito forte e a música autoral deixada de lado” disse o guitarrista Felipe Martins. O vocalista da banda, João Jr., acredita que a internet tem ajudado bastante as bandas independentes a conseguirem a valorização de seu trabalho.

Glitter Magic
O terceiro show da noite ficou por conta do heavy metal do Glitter Magic. “A gente já teve mais despontado porque a gente estava fazendo muitos shows, só que a gente resolveu dar uma parada, senão a gente não ia conseguir fazer o nosso próximo CD”, contou o vocalista Rhee Charles. Ele ainda falou sobre os efeitos negativos da necessidade dos shows cover, já que o retorno monetário é maior: o trabalho autoral ficando em segundo plano para os próprios artistas. Ah, e em 2016 vai ter CD novo da Glitter Magic, aguarde!
Rhee Charles é um dos organizadores do circuito, e uma das motivações para a realização do evento foi poder incentivar as bandas locais a mostrarem mais os seus trabalhos. “A gente está com esse celeiro muito bom aqui. Temos que tentar com que isso seja levado para fora, por isso a gente está incentivando o pessoal a fazer som próprio, gravar e espalhar esse som por aí. Tem que ser conhecido, porque quem é conhecido é que vai para fora e vai se apresentar mais e mais”.

The Basement Tracks
Teve indie rock também e ficou por conta da The Basement Tracks, com toda sua pegada psicodélica. O vocalista, Victor Fonseca, falou da demanda existente na cidade de eventos como esse: “Eu acho super legal, porque tem essa coisa de misturar os públicos, as vertentes de música que tem em Juiz de Fora. Esse que foi o nosso principal intuito de se inscrever nesse festival, de poder mostrar nosso som para um público diferente, de outras bandas”. Para a banda, esse tipo de iniciativa tem crescido, contribuindo para a movimentação da cena autoral de Juiz de Fora.

Vivenci
A Vivenci chegou com seu rock moderno, e encerraram o evento com tudo! “As bandas estão se unindo e fazendo os próprios eventos, então a gente não está esperando boa vontade de dono de casa. A gente está pegando e fazendo os eventos, e tem dado super certo”, disse o baterista João Paulo Nascimento. “Eu acho que a gente não está fazendo só música, a gente está fazendo acontecer os lugares para gente poder tocar essas músicas. Tá bem maneiro”, complementou o guitarrista e vocalista Vinícius Polato. Segundo a Vivenci, o próprio público está com sede de música nova, e busca mais o som autoral. Sendo assim, eventos como o Circuito Regional Autoral dão certo, e permitem que as bandas mostrem mais o seu som, como tem acontecido na maioria dos shows que fizeram.
Para quem não foi no primeiro dia do circuito, não vou mentir: você perdeu muito rock ‘n roll da melhor qualidade. Mas não fica triste, não (ou fica só um pouquinho), porque vai ter mais coisa boa rolando todos os domingos do mês lá no Galpão. Quer conferir quais bandas ainda vão pintar por lá? É só clicar aqui, e vê se não perde mais, ok?
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