Homenagens da Visco
- Matheus Medeiros
- 10 de mar. de 2016
- 3 min de leitura
Fotos: Luísa Moreira
Impossível pensar em música autoral em Juiz de Fora e não pensar em Visco. A banda que já tem pra lá dos seus quase dez anos de fundação é presença quase garantida nos finais de semana da cidade. Quem foi em busca de um evento para preencher o seu sábado a noite, no último dia 5, certamente deve ter se interessado pelo chamativo nome VISCO que estava a se anunciar no Muzik. Mal sabiam que o evento daquela ocasião era um pouco diferente dos demais. Esse seria um pouco menos show e um pouco mais festa, e que por sinal, tinha dono. Fernando Palácios ou, para os mais íntimos, Sonso, teve um presente de aniversário que todo amante de rock gostaria de ganhar.

Eram 1h37 da manhã quando os primeiros acordes de Somebody Told Me começaram a tocar. Após o último e mais agitado refrão findar-se, toda a plateia já poderia presumir que a noite seria fantástica. Sem tempo de respirar, imediatamente os riffs marcantes de Miss You dos Rolling Stone já tremiam as estruturas da casa. Dado o ritmo mais instável da dança, Respect da Aretha Franklin veio para dar continuidade à música anterior. E dentro de tal sintonia, Não Faz Mal, fez muito bem em dar aparecer como a primeira música própria tocada no show. Hard to Explain foi a excelente execução da ótima música do The Strokes. Eu diria que foi Superficial, mas só no nome da música seguinte, que apesar de ótima, ainda tímida diante da forte onda de hits que a Visco já havia tocado. Why'd You Only Call Me When You're High fez a plateia voltar a balançar a plenos vapores antes das duas músicas próprias que viriam a seguir. Descaso e Califórnia fazem parte do mais novo EP da banda e são resultado do trabalho cada vez mais amadurecido por parte dos músicos. Rabel Rabel veio e emocionou a todos que ainda se lembram do triste dia 10 de janeiro deste ano. Um medley entre Um caminho do bem (Tim Maia) e You Know I'm no Good (Amy Winehouse) vinha para encher o palco de puro Soul Music. Que, a propósito também esteve presente em Sexual Healing (Marvin Gaye). Logo após, uma velha conhecida do público se revelou em forma de bons sentimentos. Feeling Good de Nina Simone já era esperada pelo público e não deixou a desejar. A décima quinta música e bastante cativante Pra Variar veio e o mostrou o seu melhor desempenho. A pegada do rock viria mais forte dali em diante. Pixies, Oasis, Gorillaz (trip-rock) e uma ótima versão de I Will Survive, só que na versão do Cake, antecederam a empolgante e queridinha do público Eu Vou.

O que marcou o momento foi a animada cantoria do parabéns a Sonso. O Soul parecia ter vindo para ficar, desta vez em coro com os backing vocals da romântica Easy de Lionel Richie. A banda não precisou tocar Under Pressure para unir Bowie e Queen em uma música só. Let’s Dance e Another One Bites the Dust alegraram ainda mais os amantes do velho rock britânico. Depois foi a hora de Tão Longe, outra faixa do novo EP que será lançada nos próximos dias e que já parece ter despertado a atenção do público. A execução da incrível My Girl do famoso quinteto The Temptations emocionou pelo forte refrão. Psycho Killer do Talking Heads surpreendeu por não ser algo tão comum dentro dos repertórios de bandas na cidade e levou o público ao delírio. Fechando as músicas autorais da noite, a baladinha de Só Ela transformou todo o ambiente com seu clima adocicado. E não poderia faltar uma das grandes influências da banda, com Pearl Jam em Soldier of Love. Rockabilly e Punk coroaram ainda mais a enorme variedade de gêneros musicais do show com Houd Dog do Elvis e I Believe in Miracles do Ramones. Após intensas trinta músicas o show parecia ter voado. E quando veio o anuncio do fim do show, junto ao agradecimento, o publico só parecia possuir um sentimento de gratidão pelo ótimo show que acabara de ver. E pra fechar com chave de ouro, nada melhor que Gold On The Celling, sucesso da aclamada Black Keys.

A noite foi de festa. Com um repertório escolhido pelo aniversariante Sonso, a banda parece ter saído com a sensação do dever cumprido. Equipamentos muito bem timbrados, ótima dinâmica de palco e repertório foram os destaques do show. A formação do dia foi composta por cinco integrantes, o vocalista Daniel Marques, o guitarrista, Jean Rocha, o baixista Roney Gonçalves, o baterista Michel Pedretti e o tecladista convidado, Vinícius Steinbach.
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