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A música que vincula e transforma em Matildas

  • Luísa Moreira
  • 12 de abr. de 2016
  • 3 min de leitura

Fotos: Ana Cláudia Ferreira

Foi numa quinta, 7 de abril, o lançamento do CD Patuá , gestado desde 2012. A equipe da Avenida chegou um pouquinho mais cedo para entrevistar a banda Matilda. Ao colocar os pés no CCBM, senti um pouco do clima: o nervosismo pairava sobre o ar, mas, ainda assim, as Matildas Juliana Stanzani, Bia Nascimento, Fabrícia Valle e Amanda Martins mantinham o bom humor, doçura e brilho no olhar. As movimentações pelo galpão corriam: passagem de som, maquiagem, alguns amigos chegando... Era notório que tudo o que acontecia ali era por amor à música e às meninas; o desejo de que fosse como sonharam perpassava pelos laços criados pela banda.

Matildas sobem ao palco do CCBM para o lançamento do CD Patuá

Abertas as portas, rapidamente as cadeiras foram tomadas... A arquibancada cada vez mais cheia... E tinha gente em pé também; mas, pelo que percebi, as pessoas não viam muito problema nisso. Assim, as meninas – acompanhadas de William Tonasso, no baixo, e Thales Scoton, na bateria – chegaram ao palco e as palmas tomaram conta do lugar. O repertório começou com Degradê em Lua Nova, de início, o microfone de Juliana falhou e a música foi recomeçada. Da plateia, pude sentir a força e o carinho enviados para que tudo desse certo; a interação era constante e, em momentos de nervosismo no palco, o público acolhia. Após Sem Ponto e Sem Nó, tudo mudou; em Margarida, o microfone de Juliana Stanzani saiu do pedestal e convidou-a para dançar. A partir daí, a falta de lugares transformou-se na possibilidade de dançar junto com as Matildas.

Juliana Stanzani e Dudu Costa cantam Amor de Mar

Logo no início daquela noite, uma senhora chegou e sentou-se na segunda fileira do galpão; na música Dona Elzira, sua identidade nos foi revelada. A quarta música da noite era uma homenagem à avó da vocalista e assim foi... Com direito a muita emoção. Seguimos, então, com A Cor de Ver Morrer o Sol e, logo depois, um dos momentos mais bonitos da noite: Dudu Costa foi chamado ao palco para, junto com Juliana, cantar Amor de Mar, composta por Dudu e Ester Aguilar. Sentados em banquinhos no palco, cantaram de mãos dadas, evidenciando a cumplicidade e a sintonia dessa parceria. Nesse momento, pude constatar, mais uma vez, como a música torna-se uma rede de amizades e afeto.

Antes das primeiras notas de Pra Nascer Oração, Amanda Martins nos contou sobre os patuás e amuletos que cercam, encorajam e fortalecem o grupo. Nesse momento, mencionou como o arranjo de flauta da música surgiu: Fabricio Conde o compôs em sua viola e presenteou Amanda. Para concretizar, seguiu-se o show com a música que nomeia o CD: Patuá.

A participação de Caetano Brasil animou a plateia

A segunda participação do show foi de Caetano Brasil, ou “um dos maiores músicos dessa cidade”, como a vocalista o definiu para convidá-lo ao palco. Os sopros e a simpatia de Caetano completaram e encorparam as músicas Vermelho Bonina e Flor em Flor. Amanda, que até então tocava flauta e percussão, juntou-se à Juliana para cantar Saltadinha e foi lindo! O talento, a musicalidade e a amizade de Amanda, Juliana, Fabrícia e Bia eram evidentes no palco. O show ia chegando ao fim, nos agradecimentos, me emocionei quando Fabrícia assumiu o microfone e ressaltou o poder transformador da arte nos tempos sombrios em que vivemos. Jederê de Araçuará foi anunciada como a última da noite, ecoando a seguir pelo CCBM. Assim, mais uma vez, nos rendemos às meninas, à música... E pedimos bis.

Depois da “missão cumprida”, tudo ficou mais leve e os músicos voltaram ao palco. Antes do Acaso fez Bia e seu violão brilharem: sua aparente timidez desapareceu, brindando-nos com acordes perfeitos, ginga, dança e felicidade. Por fim, o maracatu Patuá se repetiu e juntos cantamos, dançamos e saudamos a banda que veio ao encontro da plateia em ritmo de festa e sintonia.

 
 
 

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