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Grito Rock JF: boas críticas são sempre bem-vindas

  • Matheus Medeiros
  • 3 de mai. de 2016
  • 4 min de leitura

Fotos: Rômulo Rosa.

Marcado como um dos grandes festivais independentes do país, o Grito Rock chegou a Juiz de Fora para mais uma de suas edições. Presente em mais de 300 cidades ao redor do mundo, o evento apresenta um formato colaborativo que permite que a cada ano mais produtores realizem o festival a fim compartilhar experiências que fortaleçam a música autoral das cidades participantes. A 6ª edição, em Juiz de Fora, foi no Café Muzik no sábado (30) e contou com a participação das atrações locais, Guido Del´Duca, Mc Marte, Loco e a banda Djambê, de Belo Horizonte.

Guido Del’Duca foi a primeira atração do festival desse ano. O “homem-banda”, como auto intitula seu projeto, fez calar a todos por sua voz, violão, gaita e uma leve percussão. Seu repertório foi composto de músicas autorais junto a uma pitada de versões bastante incomuns de se ouvir, como “Adventure of a Lifetime” (Coldplay) e “Rolling in the Deep” (Adele). Um dos grandes destaques do show foi a música “A Tal da Beleza”, cantada com a participação especial de Mc Marte, que veio a seguir.

​Guido Del'Duca

Com uma casa já bem mais preenchida pelo público, Marcelo Marte, ou como é conhecido, Mc Marte subiu ao palco do Muzik para dar continuidade a poesia, só que agora dentro do ritmo acelerado do Hip-Hop. RT Mallone, DJ Morf, Hugo Castro (Soul Rueiro), Thainá e Poeta Verazz também participaram do show, trazendo grande força à apresentação. O repertório foi composto principalmente pelas músicas do EP “Começo do Meio”, que foi lançado no fim do ano passado. Muito bem trabalhadas, as músicas de Marte pertencem a escasso grupo de álbuns estreantes que impressionam pela maturidade. “Eu tiro muita inspiração da minha vida, não necessariamente da minha vida vivida, mas da minha vida refletida. Eu acredito que meu som seja um filho, um produto da minha percepção exterior com a minha percepção interior e da minha dedicação em tentar lidar com isso da melhor forma possível. Eu acredito que nós somos seres de luz, e que temos a capacidade de desenvolver dentro da gente, uma melhor percepção externa. Se todos tivessem essa consciência, o mundo não ia passar por tanta merda, tanta guerra, tanto preconceito, tanta não aceitação”.

Da direita para a esquerda: RT Mallone e Marte MC

Também compactuado com a ideia de projeto de um-homem-só, a Loco chegou com sua formação Power Trio para ocupar o lugar de terceira atração do festival. Idealizado por Bruno Santim, a Loco é fruto de um trabalho que já completa cinco anos e que consiste em Bruno dirigir suas próprias músicas feitas a partir de gravações caseiras e chamar convidados para tocar. Com uma pegada bem mais pesada que as anteriores, o repertório do show foi composto pelas músicas do intitulado “Tá com medo de quê?”, disco considerado “demo” por Santim. Os pontos fortes da Loco foram as inteligentes letras que mesclam política com problemas sociais e psicológicos.

“A gente tá num país que está em guerra. A gente finge que não está pra tentar se iludir. A música “Lobo”, por exemplo, fala da história de um agiota que corre atrás de seus devedores a todo custo. Quando eu escrevi a letra, eu não pensei em nada demais, mas pouco tempo atrás eu fui descobrir que o tal do Bolsonaro é um cara exatamente com esse perfil, um cara que prega a punição sem qualquer tipo de escrúpulo. A intenção é que as músicas sejam loucas mesmo. Mas não dessa loucura que as pessoas falam, de droga ou sei lá o que for, mas a loucura de cada um. Tem gente que é louca por causa de igreja, louca por futebol, louca por carro, cada um a da sua maneira”.

Banda Loco no palco

Para fechar, a belo-horizontina Djambê veio para finalizar a 6ª edição do Grito Rock JF. Bastante conhecida e já com 12 anos de formação, a banda trouxe ainda mais crítica ao palco do Muzik. E que crítica, meus caros. Problemas ambientais, feminismo e veganismo foram alguns dos temas abordados nas canções. No ritmo do rock, reggae, R&B ou do Rock Macumba, como a banda gosta de dizer, os seis músicos fizeram dançar até o último ser dentro das dependências da casa. O repertório ficou a cargo do último disco “Encruzilhadas”, que foi lançado no início do ano passado. Descontração e seriedade em equilíbrio perfeito foram responsáveis por um show digno de muitos elogios, com direito a ciranda e tudo.

Segundo a vocalista, Priscilla Glenda, a temática séria em ritmo descontraído não é feita propositalmente. “A gente é assim, a nossa convivência é assim. Pelos assuntos serem complexos, eu acho que a personalidade de cada um e as influências musicais tornaram a coisa alegre, o que facilita o processo, porque aí quem quiser prestar atenção, presta, quem quiser só dançar, só dança. Tudo é um reflexo do

nosso jeito mesmo.”

Djambê

 
 
 

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