Nasce o ateliê "Oandardebaixo"
- Luísa Moreira e Lucas Portilho
- 30 de mai. de 2016
- 2 min de leitura

Oandardebaixo abriu as suas portas pela primeira vez na última quinta-feira, 26 de maio. O ateliê, que é a sede do grupo teatral Corpo Coletivo, carrega como conceito um quebra-cabeça: criar uma “imagem” (ideia) a partir da soma e da troca de saberes entre artistas e entusiastas da arte. Com isso, os objetivos centrais do estabelecimento são: tecer atividades artísticas; colaborar para a proliferação da cultura nos seus mais amplos aspectos; dialogar culturalmente com a população; e executar trabalhos colaborativos.

A festa de estreia da casa começou à tardinha e se estendeu ao longo da noite. O espaço – todo charmoso e com um ar de “underground” – aconchegava quem quer que chegasse, fosse nos sofás e cadeiras ou na improvisada pista de dança. Para sacudir o corpo, a música ficou ao encargo dos disc-joqueis: Gramboy, Kureb, Lucian e Snup In. Além das mixagens com vinil, a exposição: ‘O Portal de Ralos’ – que estava estampava em uma das paredes – servia não só como cenário para fotografias, mas, também, como uma forma de manifesto: “na abertura de hoje, tem uma exposição do Samuel Gianasi que é sobre o ralo. O que dialoga justamente com o que a gente faz”, explica Vinicius Cristóvão. Mas por que o ralo? “Manuel de Barros trabalha o cisco, tudo aquilo que é deixado para trás, aquilo que é sujo, então ele mostra não só as nossas virtudes, mas as nossas falhas de caráter. Nós somos luz e sombra. Estamos na parte baixa de Juiz de Fora, um lugar que as pessoas acham ruim (por diversos motivos), mas que hoje não é mais. Estar nesse espaço, trabalhar o Manuel de Barros, e querer olhar para essas coisas que as pessoas não querem olhar, surgiu esse ralo [ que é, também, a logo do espaço]” contextualiza Cristóvão.
“Oandar” nasceu a partir da junção de ideias de cinco profissionais: Beatriz Luchini (arquiteta), Carú Rezende (atriz e produtora), Hussan Fadel (direção e dramaturgia), Rafael Ski (arte visual) e Vinícius Cristóvão (artor e produtor). A necessidade de resistência da arte pautou a busca por um lugar fomentador de ideias, que carregasse o desejo de que as opiniões não sejam únicas, mas abertas ao diálogo e à pluralidade. “OAndarDeBaixo será um espaço de contradições. Onde cada um pode ter um lugar próprio para se expressar, para ouvir... O que desejamos fazer aqui é que as opiniões não sejam únicas. É um lugar para entender, discutir a diferença e se modificar através disso”, conta Carú.

Um espaço físico de conexão, para conectar e entrelaçar as artes. A agenda Oandardebaixo está em construção, mas uma oficina de montagem teatral, elaborada pelo Corpo Coletivo, já tem data marcada: dia 9 de junho. Para aqueles que estão interessados em usufruir e “mergulhar” no espaço cultural, o Corpo Coletivo está aberto para parcerias que estejam em sintonia com as ideias dos membros que o compõe. Lembrando! O endereço é reservado para o trabalho dos artistas pertencentes ao coletivo.
Vem ocupar OAndarDeBaixo!
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