top of page

Por dias ainda melhores: Lançamento de disco do La Macchina

A gelada quinta-feira (16) parecia conter uma cor diferente do convencional. Ao contrário do significado sinestésico de tristeza em que a palavra “blues” foi inicialmente concebida pela cultura norte-americana, a noite era de alegria e realização. Isso porque a La Macchina, conhecida por propagar o estilo na cidade, estava às beiras do lançamento de seu primeiro CD no Café Muzik.

La Macchina esquentando a noite de quinta, no Café Muzik (Foto: Luísa Moreira)

Vigorosos, os cinco músicos trouxeram a simplicidade e poesia do blues de maneira excelente ao palco da casa. O começo da apresentação em “The Best Days” já traçava o que seria dali para frente. Dois anos foi o tempo necessário para a concretização do disco, que segundo o vocalista, Álvaro Rosa, acabou sofrendo um processo de amadurecimento. “Tentamos a Lei Murilo Mendes e não conseguimos. Isso acabou por ser um percalço, porque no ano seguinte, quando tentamos a lei e conseguimos, nossas músicas estavam transformadas para melhor. Quem ouve nosso EP Live Sessions, de 2012 e ouve este disco, vê a transformação pela qual a banda passou”.

Os improvisos foram os destaques da apresentação. Empunhado de sua Fender Stratocaster branca, o guitarrista Hugo Schettino abusou do domínio e da virtuose de seu instrumento, unanimemente absoluto e presente no estilo, que por mais que contenha estrutura repetitiva, frequentemente surpreende. Álvaro, o vocalista, usando de toda a leveza e agressividade do idioma mãe do gênero, o inglês, parecia bastante seguro em sua apresentação e conseguiu quase que perfeitamente executar suas notas. O contrabaixo e a bateria também foram muito bem representados pelos músicos Gutto Ribeiro e Hélcio Leão, formando uma “cozinha” necessária e de qualidade no show.

O show também contou com algumas participações especiais. Ronaldo Oliveira foi mais uma guitarra em suas músicas, Laura Jannuzi e Juliana Stanzani participaram com backing vocals, Pedro Crivellari executou uma música como baterista, além de Pablo Garcia, convidado para tocar teclado.

A noite também contou com algumas versões exóticas de The Police, em Roxanne, Miss You dos Rolling Stones, Rock N Roll, do Led Zeppelin (a mais distante da original) e também Come Together, dos Beatles. Os teclados, principalmente, trouxeram destaque às versões.

A noite foi de festa e de superação. É inegável a dificuldade em produzir um disco e ficar totalmente satisfeito. Os músicos deram show para a plateia que se aconchegou em suas mesas. Após a apresentação, as palavras de Álvaro pareciam de alívio. “Sob o ponto de vista da concepção, da criação e produção, estamos 100% realizados. Este lançamento foi só o começo de uma linda história, nosso objetivo real é que as pessoas ouçam e curtam o nosso trabalho”.

Mais lidos
Posts Recentes
bottom of page