Dia branco colorido: Caetano Brasil e TriO’Clock se apresentam na Sessão Instrumental
- Bianca Colvara
- 12 de jul. de 2016
- 3 min de leitura
Desci a rua um pouco atrasada e ansiosa para saber como estaria a pracinha. Eu sempre gravei os vídeos com os convidados da Sessão Instrumental, mas ainda não tinha conseguido parar e curtir um domingo em paz. Quando cheguei na praça Armando Toschi, no Jardim Glória, o medo e a ansiedade pouco a pouco deram lugar à alegria e satisfação de ver o lugar cheio e com um clima tão gostoso. Sentei num banquinho para ver o tempo passar. Gravei mais um videozinho. Tomei um chopp. Encontrei umas amigas. E assim começou meu domingo instrumental.
Eu já tinha reparado há algum tempo que Juiz de Fora é uma cidade de talentos. Mas foi depois de me aproximar mais do cenário musical, que eu percebi as maravilhosidades que temos aqui. Para mim, nascida na cidade dos três corações de batimentos calados, momentos como o "domingo instrumental" são mágicos, então deixei que a magia tomasse conta.
Isso foi fácil porque a conhecidíssima "praça do Bar du Leo" ficou bem cheia. E em meio a tantas pessoas a sensação era de estar em casa - como se Caetano Brasil fizesse um show particular e o TriO’Clock tocasse só para se divertir mesmo. Parecia uma grande reunião de família no quintal de casa, com direito a bolo e “parabéns-pra-você Marcelo Castro!”, o cara da discotecagem maneira, quem mandava a ver no som enquanto as apresentações não rolavam. Um quintal imenso, com cachorrinho dando nó na coleira, criancinha sujando a mão de brigadeiro e a cervejinha rolando acompanhada de pastel e bolinho de bacalhau. Tudo assim, na serenidade de uma tarde de domingo.

Um cantinho e um saxofone na pracinha Armando Toschi
Quem começou esta edição da Sessão Instrumental foi Caetano Brasil, que trouxe um choro com approach jazzístico, acompanhado de sua banda: Adalberto Silva (contrabaixo), Gladston Vieira (bateria), Rick Vargas (percussão) e Guilherme Veroneze (pianista). Eu adoro o Caetano, mas toda vez que ouço, adoro mais um pouquinho. É legal olhar para o palco e perceber que a pessoa toca e se emociona com aquilo que faz. Eu fiquei mexendo as perninhas enquanto ele mexia com a praça toda!
Depois do show de Caetano, veio o TriO’Clock, formado por Alexandre Scio (guitarra), Messias Lott (baixo) e Leandro Scio (bateria). Uma novidade musical para mim. De cara pensei ter ouvido Queen, mas na verdade, era Milton Nascimento. Acontece! E o show deles foi recheado de música mineira. Lembrei a cidade dos três corações de novo. Provavelmente, certo casal que eu conheço adoraria estar ali na pracinha ouvindo o trio. Mas como não estava, adorei por eles, e o resto do público também!
Um pouco da apresentação do Tri’O Clock na Sessão Instrumental desse domingo.
O show acabou, mas o clima de almoço de família continuou. Foi tipo uma sesta, com todos sentados a mesa ainda batendo um papo. No céu, a luz do Sol ia embora aos poucos. Escureceu, mas a praça ainda brilhava.
Naquele comecinho de noite, caminhei para casa tranquila e de mãos dadas com a felicidade. Feliz por mais um dia branco e por mais uma descoberta bacana proporcionada pela música. Feliz pelo céu azul entre as árvores verdinhas. Feliz por olhar para o lado e ver as pessoas sorrindo e se conectando. Feliz por lembrar que a vida continua sendo linda basta se aconchegar num cantinho, ouvir uma boa música e observar o mundo em volta.
Esse foi um dia branco cheio de cores: Azul, verde, alaranjado, amarelinho, cor-de-amor.
Obrigada a quem pinta (n)a minha vida e obrigada Sessão Instrumental, por dar o tom dessas cores todas.
O festival
A Sessão Instrumental acontece no segundo domingo de cada mês, na praça Armando Toschi e conta com a participação de grupos de música instrumental de Juiz de Fora. A realização é d’O Gibra Indica, com financiamento da Lei Murilo Mendes de Incentivo a Cultura. A próxima edição está marcada para o dia 14 de agosto, com Lucas Soares Quarteto e Serginho Silva.
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