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Música na Faixa: Vocês vão amar todo o estilo de Caetano Brasil

  • Carime Elmor
  • 12 de ago. de 2016
  • 4 min de leitura

Fotos: Rômulo Rosa

Vamos voltar por um momento ao dia 31 de julho, no estúdio Maquinaria: vai começar a gravação do segundo episódio do Música na Faixa, projeto do Coletivo Avenida Independência financiado pela Lei Murilo Mendes. Caetano e seu quinteto instrumental, formado também por Adalberto Silva (baixo), Gladston Vieira (bateria), Rick Vargas (percussão) e Guilherme Veroneze (teclado) estão se preparando para o show. Tudo será gravado ao vivo, todos os instrumentos executados enquanto o áudio é captado pelo engenheiro de som do projeto, o Aldo Torres.

É impressionante a concentração dos músicos. A partir do momento em que Galdston senta na bateria e ergue suas baquetas, ele não para de fazer seu treino final. A luz está sendo montada, o espaço modificado, as câmeras estão sendo testadas, eu e o Romulo (videomaker) estamos atrapalhando o movimento no estúdio e mesmo assim, Gladston não para de batucar. “O som da bateria é mais vivo, com as peles mais vibrantes, mas também com sutilezas para poder explorar outras possibilidades de timbres. Há dinâmicas mais baixas para tocar com vassoura ou dinâmicas mais altas que chegam ao ápice de volume”.

Gladston Vieira em show para o Música Na Faixa

3,2,1 ação!

Carregado de vigor e entusiasmo, Caetano Brasil teve toda uma produção de estilo antes de entrar no estúdio para sua performance: colocou uma gravata borboleta combinando com seu característico turbante. Testou todos os instrumentos, principalmente seu clarinete de madeira que parece ser seu xodó. Ele nos explicou porque o instrumento de madeira tem um som mais bonito, e enquanto conversávamos no estúdio, com o clarinete ao seu colo, ele não parava de tocar. Além disso, é um instrumento tradicional do choro e do jazz, exatamente o viés da música de Caetano. “Cada um dos instrumentos que eu toco exprimem alguma coisa da minha personalidade, mas eu acho que o clarinete é algo muito natural para mim. Foi o primeiro desses instrumentos de sopros, ele que trouxe todos os outros. O Clarinete tem um som muito único, é suave, mas ao mesmo tempo denso. Ele traduz muitas coisas que eu quero dizer, então acaba que é o meu instrumento principal”.

Confira como foi o lançamento do CD de Caetano Brasil, no ano passado:

A surpresa maior é que no web documentário Música Na Faixa duas músicas novas que não estão no álbum foram executadas e gravadas pela primeira vez: Sem Palavras e Embaraçada. A primeira foi uma composição em homenagem ao músico, compositor e amigo de Caetano, Pedro Paz, após um encontro na Casa do Choro no Rio de Janeiro, onde tocaram juntos. Já Embaraçada foi composta após a entrada do tecladista Guilherme Veroneze no quinteto instrumental. “Foi muito saudável ter o Guilherme com a gente, porque ele trouxe uma leitura muito bacana, é um cara muito estudioso, muito profissional e como eu já tinha dedicado música para todo mundo do grupo, eu pensei ‘preciso fazer alguma música para agradecer essa parceria’ e então, surgiu Embaraçada”, conta Caetano.

Caetano é prodígio?

Nos jogos olímpicos sempre há aqueles atletas que se destacam pelo seu impecável desempenho. A linha do tempo do Facebook ainda brilha com a primeira medalha de ouro do Brasil, conquistada pela Rafaela Silva. E mesmo com todas as dificuldades da vida, somado aos preconceitos racistas que sofreu, ela é a melhor lutadora de judô da categoria -57kg do mundo. Sempre ficamos perplexos com atletas bem jovens que já estão em uma competição dessa proporção, ou como algum ser humano pode ser tão perfeito nos solos de ginástica. A resposta é unânime: treino, esforço, dedicação.

Com as devidas diferenças, mas fazendo analogia à um ponto em comum, Caetano Brasil, 21 anos, clarinetista e saxofonista juiz-forano, me inspira muito! Assim como outros incríveis artistas da minha idade. Quando descobrimos sua idade, todos ficaram impressionados: Como pode ser tão bom? Tão concentrado? Elogiado? Como pôde ter se encontrado tão novo? Já ouvi muita gente dizer: O Caetano é gênio. E é lugar-comum tratá-lo como prodígio. De fato, acredito que tudo isso possa fazer parte dele. Mas a verdade é: ele é super estudioso, super dedicado e extremamente cuidadoso com seu trabalho de compositor, arranjador e intérprete.

Uma das últimas perguntas feita à ele durante entrevista para o programa Música Na Faixa foi: “Quando você se tornou ou se encontrou em Caetano Brasil?” Após um momento de hesitação, veio a resposta: “Eu acho que ser eu sempre fui, é um lance de me descobrir mesmo no aspecto geral da vida, com as pessoas que eu gosto de estar, com as roupas que eu gosto de vestir, as músicas que eu gosto de ouvir, isso tudo sou eu. Isso está em cada momento em que estou tocando, respirando música. A gente tem que ser quem a gente é, não adianta querer imitar ninguém, temos as nossas referências, mas o que a gente é capaz de fazer, e que realmente vale a pena, é aquilo que nós somos. Uma mistura de tudo e que no final não é nada e é tudo ao mesmo tempo. É um produto de toda a nossa vivência, não só musical, mas pessoal”.

Caetano durante a gravação do show para o próximo episódio do Música Na Faixa

Os episódios do Música Na Faixa serão lançados sempre no nosso canal do Youtube. O primeiro episódio, com a banda Silva Soul, já está disponível. O do Caetano Brasil está previsto de ser lançado no final desse mês.

 
 
 

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