Terceira edição da Central de Compositores: Quem não gosta de música, bom sujeito não é
- Matheus Medeiros
- 6 de set. de 2016
- 3 min de leitura
Fotos: Henrique Perissinotto
O coração musical da cidade amanheceu mais pulsante no sábado. O motivo? A terceira edição da Central de Compositores. O primeiro a se apresentar foi Carlinhos Cruz. O simpático “cantador de histórias” trouxe composições no estilo voz e violão, carregadas de nostalgia e humor. Além de tocar, Carlinhos fazia questão de explicar o que cada letra significava, como na música O Trem. “Certo dia eu estava sentado no banco de uma estação abandonada em Dias Tavares (na Zona Norte de JF) e então comecei a imaginar como ela era no passado. Saiu a música”. As outras duas foram Seja o que Deus quiser, que aborda, de maneira divertidíssima, a vida de um casal, e Volkswagen Voador, que conta como a empresa de carros foi importante na vida do violeiro.

Carlinhos Cruz
Em seguida, Uiara Leigo trouxe o samba para as escadarias do Cine-Theatro Central. Acompanhada de Roger Resende, ela apresentou três músicas de seu último álbum, Meu canto é segredo. Por mais que o disco tenha este nome, já não é segredo pra mais ninguém o talento de Uiara. Fortes letras e a incrível potência vocal são suas principais armas musicais. As canções A Própria, Meu Canto é Segredo e Basta foram as escolhidas para a apresentação e trouxeram um clima carregado de poesia ao evento.

Uiara Leigo
Dando continuidade, o bardo Tiago “Folking” Sarmento trouxe ainda mais diversão aos espectadores. Referência no quesito Folk, Tiago, assim como Carlinhos, também dinamizou seu show com as histórias das músicas. O destaque veio pela última, chamada por ele de JF Folk City – que me lembrou bastante a música Uma Arlinda Mulher, do Mamonas --, que satiriza a vida do juiz-forano. “Eu queria agradecer à Cemig por cortar a luz lá de casa e me possibilitar escrever músicas em momento de ócio”, brincou o músico.

Tiago Sarmento
A diversão estava longe de acabar e teve continuidade pelas mãos de Kadu Mauad. Junto à Advar Medeiros (Clarinete), ele apresentou as músicas Da Júlia, composta pelo Roger Resende, Tia Alicinha do Xaxado, do Cacáudio, que tem uma letra divertidíssima, e Surfista do Tom, de Duty Botti. E que sambinha bom! Quem ainda não tinha começado a sambar, teve seu momento nesta hora.

Kadu Mauad
Por fim, o pocket-show de Caetano Brasil e Dois Nós (Daniel Lovisi e Rick Vargas). Antes de o show começar, eu brinquei que era uma apelação unir estes artistas. A música instrumental da cidade é forte e muito disso, se dá a estes nomes. Ao todo, oito músicas que misturam os repertórios dos três foram executadas. Os arranjos eram simplificados, mas de pobres não tinham nada. “As composições do Caetano são muito bem acabadas. É sempre um desafio rearranjá-las para o violão, é preciso ter muito cuidado para não errar”, conta Daniel.

Da direita para a esquerda, Rick Vargas, Caetano Brasil e Daniel Lovisi
Para quem ainda não sabe, o Central de Compositores é um projeto que tem como objetivo divulgar a produção musical de artistas de Juiz de Fora. O evento é uma realização do Cine-Theatro Central, em parceria com a marca Chico Rei e tem como parceiros a Avenida Independência e o Zine Cultural. As apresentações são feitas uma vez por mês, sempre em um sábado, no horário entre 11h e 13h, na Praça João Pessoa, próxima ao teatro. A próxima edição é no dia 15 de outubro. Para quem gosta de música é um momento de descobrir Juiz de Fora. O que é de fora é bom, mas o que é de Juiz de Fora não fica atrás!
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