top of page

Solta, suave e serena: Laura Januzzi lança primeiro de uma série de clipes gravados com parceiros

Uma das primeiras missões da Avenida, lá em 2015, foi ir ao Encontro de Compositores para fazer uma imersão no cenário autoral de Juiz de Fora. Lembro de ter sido o primeiro a chegar no Cai & Pira e ver no palquinho estava uma mulher de óculos grandes fazendo a passagem de som do violão. Só fui ouvir a voz dela quando ela perguntou: “o som tá bom, Renato?”.

No dia 19 de maio fui ver aquela mulher de novo, dessa vez em pé num palco mais alto. Mais alto era o tom da sua voz, também. Do seu lado estava o mesmo Renato do ano passado: o da Lapa. Dessa vez, eles formavam uma dupla de sete ou oito pessoas (sim!) que vibravam cheios de sincronia. Agora é hora de conferir o resultado deste trabalho. Laura Januzzi lançou hoje o primeiro de uma série de seis clipes gravados naquele dia. O primeiro já está no ar. Quer conferir?

Eu adianto por aqui um pouco do que eu vi e vivi durante as gravações. Preparados?

Era uma noite especial, então, vez ou outra, Laura ia para trás das cortinas retocar a maquiagem. O dia era frio, mas o show era quente. Quando ela sumia, a banda não deixava a temperatura cair. Renato da Lapa, Marcelo Mattos, Pablo Garcia, Nando Costa, Rick Guilhem, João Cordeiro e Caetano Brasil solavam de modo que os solos também pudessem ser base para que ninguém ficasse sozinho.

Quando Laura voltou, foi o momento de Aurora. Foi quando eu vi que ninguém manda no jeito elegante de tocar de João Cordeiro. O baterista bate na caixa com a mão direita ou esquerda? Segura a baqueta como Buddy Rich ou como John Bonham? E os pés? Fazem o que? No caso de João Cordeiro, a resposta para todas as perguntas era “sim”. Foi um momento em que Rick Guilhem e seus trocentos instrumentos de percussão brilharem. A música pesava e o percussionista respondia com o corpo. A música teve uma combinação de bateria e percussão poderosíssima, e, como se não bastasse a quantidade de batuques, Laura fazia da coxa um terceiro instrumento (ou sétimo. Sério, não entendi quantas coisas Rick Guilhem era capaz de tocar ao mesmo tempo).

Sobre Linha Tênue, do grande Dani Black: sabe quando a música dá uma paradinha e volta de repente? Numa dessas pausas, reparei que o Renato da Lapa, da Laura, da Blend 87, marca a volta desses tempos com o corpo inteiro. Pensei que poderia ser um sinal para que o resto da banda voltasse com ele, mas não; aquilo era Renato da Lapa sentindo a música de verdade. Afinal, se fosse um sinal, não daria pra acompanhar. Você voltaria a tocar quando ele mexe a cabeça, os braços, os joelhos ou o os pés?

Quando a faixa-título do álbum ia começar, Laura falou que ela foi feita em parceria com Fabrício, amigo de Palma. Com o perdão do trocadilho, palma é uma coisa que ele merecia. Não sei se eu conheço todos os sentimentos do trecho “quando ela canta, para eu” (ou seria sem vírgula?), mas sei que faz todo sentido do mundo. Pablo Garcia trazia nos teclados uma paz incrível para o momento. Paz refletida em seus joelhos que dançavam na cadeira giratória no ritmo da música enquanto ele e Nando Costa faziam uma coisa que só os músicos conseguem: uma conversa sem palavras.

Em um dos momentos em que a banda fazia seu combo de solos e bases, o baixista Marcelo Mattos passou pelas cinco cordas do seu baixo e as travou numa velocidade tão absurda que o movimento que ele fez foi aquele parecido de quando você tem alguma coisa da mão, ela escapa e você pega antes que ela caia no chão, sabe? Fiquei preocupado porque eu sabia que a única coisa que poderia ter caído da mão dele seria um dos dedos.

Vi alguns frames dos clipes por trás das câmeras, mas acho que já falei muito aqui. Vou deixar os clipes falarem por eles mesmos, mas já adianto: o saião branco com listras vermelhas, brancas e pretas intercaladas com algumas setas apontadas para baixo já indicam que o buraco é mais embaixo. A gente também vai conferir o talento da Laura no lançamento do Música na Faixa gravado com ela, no dia 18 de setembro. Já tá no forno, quase pronto!

Respondendo à pergunta feita há mais de um ano: o som tá incrível, Laura.

Mais lidos
Posts Recentes
bottom of page