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Indie, Reggae e Pop: Música autoral de JF marca território na 5a edição do Som Aberto

  • Matheus Medeiros e Karol Discaciati
  • 2 de nov. de 2016
  • 3 min de leitura

Fotos: Rômulo Rosa

O indie do Seu Nadir, o reggae instrumental do Nagô e o pop do Muamba marcaram o espaço na música autoral juiz-forana no Som Aberto, evento mensal organizado pela UFJF, na Praça Cívica do campus, no sábado, 29 de outubro. Desde junho a Pró-Reitoria de Cultura da universidade promove uma reedição do lendário festival de música da década de 1970. Em cinco edições, a praça cívica foi aberta para várias manifestações artísticas, como as bandas da cidade, que tem a oportunidade de mostrar seu trabalho, seja cover ou autoral.

Nathalia Guimarães, baixista e backing vocal da Seu Nadir

Na estrada há já bons cinco anos, a Seu Nadir foi a primeira banda a subir ao palco da Concha Acústica. Influenciados pela geração indie pós-2000, os músicos estavam afastados dos shows e retornaram, definitivamente, para a apresentação de sábado, com direito a muitas músicas autorais e até uma canção inédita, nunca tocada antes. A baixista e backing vocal, Nathalia Guimarães, contou que a banda ficou off por um tempo, mas o recesso acabou. “Para 2016, os planos são de iniciar a produção de nosso EP. Não iremos nos focar tanto em shows, o que nós realmente queremos é ficar por conta deste lançamento”.

Eli Alves, saxofonista da Nagô

Nem a chuva do fim da tarde de sábado foi suficiente para estragar o clima da segunda banda a se apresentar. O som instrumental inspirado no reggae jamaicano da Nagô lutou e resistiu, tocando um repertório totalmente autoral, pela primeira vez no Som Aberto, o que pode ser considerado um feito e tanto. Por mais que o som fosse instrumental, ele não ficou atrás em nada para o pop. O saxofonista, Eli Alves, disse ter ficado contente com a repercussão do público. “Nossa intenção é fazer shows cada vez mais nesta pegada. Estamos em uma fase de produção intensa, existem muitos trabalhos que queremos mostrar”. Na estrada há cerca de três anos, a banda gravou recentemente dois singles intitulados “Rockers” e “Gordinha” e pretende lançar um novo EP ainda para este verão.

Eminho Dias, vocalista da Muamba

Enquanto a música juiz-forana vive uma fase de efervescência, com muita gente nova querendo mostrar seu som, tem uma galera que já está nessa estrada faz é tempo. Apostando na música independente desde 1995 e com muitos quilômetros rodados, o Muamba ainda resiste, mesmo com algumas paradas no percurso. O vocalista Eminho Dias Caetano e o guitarrista Wagner Cherém compartilharam a visão de quem já pode falar com a voz da experiência. Pra quem começou compondo música a música pra gravar uma demo e só então conseguir que o apoio de uma gravadora pra lançar um CD, é um pouco incômodo ver que as grandes casas de show da cidade deem mais espaço a uma música mais comercial e recheada de covers. Mas há esperança. “O cenário tá começando a mudar de novo, o pessoal tá vendo que tem que apostar na música própria”, destacou Cherém.

Eminho contou que nos anos de 1990, era comum que se montassem estruturas em diversos locais da cidade, até mesmo em postos de gasolina, pra promover shows. “Era só som autoral, e o povo ia!” Hoje, para ele, há muito espaço que contemple a música, só não dá pra falar que contempla a todos. Por conta disso, o Muamba precisou apostar em trabalhos fora da cidade. “Juiz de Fora é um celeiro de artistas, de todas as áreas, só que pra você segurar a onda, tem uma hora que tem que sair daqui, porque não tem onde tocar mais”, completou Eminho. Os caras fazem um som pop, mas chamam de pop antimercado. “Tem coisa que a gente não faz por dinheiro”, garantiu Cherém. Eles acreditam que a cidade vive um bom momento, em que o autoral pode voltar a se fortalecer. “Pra isso, tem que ter uma cena e pra cena existir, tem que ter movimento.”

A próxima edição do Som Aberto acontece no dia 26 de Novembro.

 
 
 

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