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Falas Perdidas: Sem perder a ternura, jamais

  • Luísa Moreira
  • 23 de dez. de 2016
  • 2 min de leitura

Fotos: Luísa Moreira

O despertador tocou 9h30. Imediatamente, olhei para a janela: não chovia. YES! Olha, vou dizer a vocês: eu esperava por este sábado faz tempo, com mais exatidão, desde o dia 24 de setembro de 2015. Nessa época, eu ainda não escrevia para este blog, na verdade, nem sonhava em participar da Avenida. Mas eu sempre me encantei por música, meus olhos sempre brilharam ao ouvir novos sons, ainda mais quando vêm de gente querida. Nesse dia do ano passado, escutei num pré-lançamento, pela primeira vez, parte do que viria se tornar ‘Falas Perdidas’, o novo CD de Luizinho Lopes.

Conheço Luizinho faz tempo, sempre me encantei com sua gentileza e amizade, mas a musicalidade por trás daquele moço-que-buscava-o-filho-no-colégio-que-eu-estudava-e-era-amigo-dos-meus-pais, me é recente. Talvez, porque este mundo seja recente para mim, com meus poucos 20 anos. Em contraponto, Luizinho trilhou um belo caminho na música e, no último sábado, lançou ‘Falas Perdidas’, do jeito que merecia ser: sob o céu – ora solar, ora nublado – do calçadão, em frente ao Cine Theatro Central, no último Central do Compositores de 2016.

‘Falas Perdidas’ é atual e necessário – nestes tempos tão sombrios, diz tudo o que a gente precisa gritar, porém, de forma doce: p o e s i a ! Sem perder a ternura. Jamais. Essa foi a sensação que tomou as ruas do centro, que se movimentava apressado, por conta do Natal, mas permitiu-se sentir a delicadeza, as novas sonoridades. Assim, o recado foi dado:

Franzina trégua termina

Em frases feitas de ódio

Falas perdidas são minas

Se a língua pisa, explode

O que disse foi pesado

Violou o cadeado

As palavras ora livres

Deverão fazer estragos

A partilha era clara, foi fácil se emocionar junto de Luizinho e dos músicos que o acompanhavam - Daniel Drummond e Bré Rosário, com participações de Caetano Brasil, Bruna Marlière e Juliana Stanzani. Ao tomar os múltiplos, singulares e plurais ouvidos daqueles que por ali passavam, ‘Falas Perdidas’ tornou-se o que nasceu para ser: música de encontros.

Na palma da minha mãe

Descarrilei pro meu caminho

Desaprendi as lições

Eu sou alérgico ao destino

Sou uma forma de ser

Conforme seja a sensação

Da palma da minha mãe

Escorreguei pra poesia

Caí no meio dos cães

Se eu não rimasse eu morreria

A rima lambeu um cão

E ele gostou da minha língua

 
 
 

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